Por que perdemos a paciência? Por que ficamos com raiva? Essas atitudes têm relação com o mau-humor? Recentemente assisti a um debate na TV sobre o assunto e essas questões ficaram em minha cabeça. A medicina nos ensina que as pessoas que se descontrolam e cometem atos agressivos causam danos a si próprios e também às outras pessoas. O mau-humor é ruim para a saúde e é uma atitude anti-social. Quando ficamos com raiva, a pressão sobe porque os vasos sangüíneos se contraem e a pessoa pode até sofrer enfarte ou AVC (Acidente Vascular Cerebral). As pessoas mal-humoradas possuem uma tez pouco atraente, vincos ao lado da boca, olhos fundos e pouco brilhantes. Tenho certeza que nós todos conhecemos pessoas assim. Algumas são mal-humoradas por natureza, outras simplesmente o são num determinado momento, de forma circunstancial. As pessoas que ‘se queixam da vida’ costumam contrair tanto os músculos que podem sofrer de dores musculares, fibromialgia e até estiramentos, entorses e quedas. Eu não estou falando de pessoas que parecem tristes, que têm a aparência séria e reservada, mas daquelas pessoas que, na mínima contrariedade, agem agressivamente, respondem com quatro pedrinhas na mão. Elas ficam contrariadas e demonstram seu mau-humor com raiva. Porque elas agem assim? Ou melhor, deveria dizer, porque agimos assim (já que todos estamos sujeitos a essas raivas momentâneas)?
Parece-me claro que existe uma predisposição genética para isso, mas o ambiente no qual somos criados também influi nessa atitude. Pais mal-humorados criam filhos mal-humorados! Pais agressivos criam filhos agressivos. Uma família onde não reina a harmonia e o amor não consegue criar filhos amorosos e carinhosos. É verdade que a agressividade é um traço do caráter e ela é salutar, já que serve para nos preservar de uma agressão. Um pouco de agressividade nos prepara para enfrentarmos e superarmos as dificuldades da vida. Ela serve para preservar a própria vida. Na natureza existem o agressor e o agredido: este último pode reagir e revidar ou fugir para se salvar da agressão! Se o leão avança sobre a gazela, é porque quer comê-la para sobreviver: ela, mais fraca, não pode revidar e então foge desesperadamente (e pelo mesmo motivo)! Sua agressividade é pequena, ela é um ser bem mais frágil e sabe que precisa correr para não morrer. Se fosse outro leão, provavelmente enfrentaria seu inimigo com a mesma agressividade para se defender. Essa é a lei da natureza. Não assistimos aqui a um ato de raciocínio decorrente de frustração ou raiva e não existem mecanismos de controle da agressividade, mas existem somente os instintos de sobrevivência.
No entanto, nós, seres humanos pensantes, temos mecanismos de controle que aprendemos a usar (mais ou menos adequadamente), mas que muitas vezes não conseguimos ativar a tempo. Por essas razões temos acessos de raiva descontrolados! Os fatores externos, sejam eles agressões ou frustrações, são em sua maioria os gatilhos para nosso descontrole. Todos nós temos esses mecanismos de controle e eles fazem parte de nosso aprendizado e de nossa cultura. Podemos constatar que atos que para nós podem parecer agressivos parecem ser normais para outros povos, por exemplo. Aceitar o fato que nós todos temos limites e que podemos perder o controle sob estresse extremo, é um passo importante para a compreensão de nossa maneira de agir.
Marte é considerado em astrologia o representante da energia vital e representa a própria essência do impulso guerreiro necessário para empreender a luta constante da qual depende a sobrevivência terrena. (Leiam o artigo Você é agressivo ou passivo? Marte é o planeta! no STUM)
Durante o mês de agosto, Marte esteve em oposição a Urano e eu, como minha visão de astróloga, ao ver nos noticiários algum fato que demonstra essa agressividade gratuita faço logo um paralelo com os acontecimentos celestes. A sincronicidade existe. Dou um exemplo que vi reprisado na TV essa semana: como se explica que uma pessoa possa sair do seu carro e agredir com uma barra de ferro um pai de família diante de seus filhos, somente porque este reclamou do fato do carro ter desrespeitado a passagem de pedestre? Mesmo que a reclamação tivesse sido veemente, ela deveria acarretar tamanho descontrole? O que foi que não funcionou no ‘mecanismo de controle’ do agressor? Fatores sociais? Frustrações pessoais? Drogas? Bebida? Ou simplesmente o seu DNA que o criou com um caráter agressivo? Ele é um ser agressivo sempre ou somente quando perde o controle? Quando vemos esses agressores após serem presos, os vemos cabisbaixos, controlados, tranqüilos, cheios de desculpas! Então o que gerou o descontrole?
A meu ver o fator estresse deve realmente ser considerado neste comportamento agressivo, e a astrologia indica que o planeta Urano e não somente o planeta Marte, pode estar relacionado com essa ‘perda de controle’. (leiam os artigos sobre Urano no STUM) Ele governa o influxo nervoso e os nervos, e gera movimentos involuntários (como os tiques nervosos), espasmos, câimbras, torções e rupturas de ligamentos, de nervos e de órgãos. Gera tensões e irritações de todo tipo e causa descontrole. O comportamento humano, sob sua ação, torna-se descontrolado, excêntrico, rebelde, desequilibrado, violento e explosivo. As famosas ‘crises nervosas’ são certamente sua ação! O fator de controle é relacionado com a ação do planeta Saturno (o nosso Pai interior) ou até mesmo de Plutão. (Leiam os artigos sobre os planetas Saturno e Plutão no STUM). Saturno representa nossa consciência, nosso grau de responsabilidade e de razão e Plutão tem relação com o mecanismo de controle propriamente dito, com nosso poder interior de rechaçar e controlar uma reação indesejada. A raiva e a agressividade podem ser canalizadas favoravelmente com práticas esportivas e exercícios de relaxamento corporal e respiratório.
A ação sobre o planeta que essa oposição entre Marte e Urano gerou, também está se refletindo na recente invasão da Geórgia para tentar retomar a Ossetia do Sul, se envolvendo num conflito armado com a Rússia, e em outros atos terroristas bem recentes. Este aspecto entre Marte e Urano termina em agosto. Como conclusão sobre minha reflexão dessa semana, gostaria que fizéssemos uma analise de nosso comportamento nos perguntando: por que eu fico com raiva? O que me frustra? Minhas frustrações justificam a minha agressividade? Posso controlar essa agressividade de maneira que não cause dano aos outros? E que não cause danos a mim mesmo? Como canalizar positivamente minha agressividade?
Sabemos que as frustrações e suas reações são causas de desequilíbrio energético e conseqüentemente de nossas doenças, portanto, se quisermos ter uma vida saudável e harmoniosa, devemos procurar - antes de mais nada - compreendê-las, aceitando aquelas coisas que não podemos mudar e adaptar nossas ações e reações para enfrentá-las com equilíbrio. Mesmo quando nos parece impossível, devemos agradecer a oportunidade que Deus nos oferece para evoluirmos espiritualmente. Conectados com a Luz nos sentiremos mais felizes e enfrentaremos as dificuldades com mais equilíbrio e harmonia. Lembrem-se que para não sentirmos frustração ou raiva precisamos nos sentir completos e conectados com Deus. O que buscamos não está fora de nós, mas dentro de nós.
A Regra de Ouro que pode nos oferecer uma ajuda é essa:
Não existem leis universais que permitam que uma pessoa maltrate outra pessoa por causa de seu ego ferido, por causa de sua frustração. Portanto, como ensinou Jesus, ame o próximo como a si mesmo! Não faça a outro o que não quer que façam a si mesmo. Pense nisso, e hoje e sempre, demonstre amor, respeito e consideração por outro ser humano, mesmo quando isso lhe parecer impossível! O Zohar (livro sagrado dos Judeus) nos ensina que devemos considerar as pessoas ou situações difíceis que aparecem em nossa vida como sendo reflexos de nossos pensamentos negativos. Elas, por mais difíceis que nos pareçam, nos oferecem oportunidades de crescimento.
Para conseguir um bom equilíbrio energético, controlar nossa agressividade, canalizar positivamente a negatividade, podemos acender um incenso de olíbano e orar o Salmo 93, do Gênio Cabalístico de nº 15 Hariel.