Saia da mente coletiva
por Elisabeth Cavalcante em AutoconhecimentoAtualizado em 08/04/2020 11:35:19
A mente coletiva é um dos maiores pilares de sustentação da inconsciência. Enquanto não despertamos para a nossa individualidade plena, somos levados na corrente dos padrões de pensamento que a sociedade nos impõe.
No princípio da vida, a principal influência que recebemos são os valores familiares, inclusive no sentido espiritual. Muitas são as pessoas que, ao serem indagadas sobre sua opção religiosa, respondem: eu fui criado em tal religião.
Seguem pela vida orientando-se por este padrão que lhe foi transmitido, sem jamais cogitar questionar se aquele é realmente o seu caminho espiritual. Aceitam-no como uma verdade absoluta, e nem sequer procuram conhecer outras vertentes do pensamento humano, que poderiam lhe acrescentar novas realidades interiores e, consequentemente, uma vida com maior liberdade.
E isto se dá também no âmbito político. Movimentos políticos radicais, sejam eles de direita ou de esquerda, assim como os religiosos, se direcionam pelo fanatismo e têm como fundamento a inconsciência, o deixar-se arrastar cegamente pela mente coletiva.
A liberdade de ser você mesmo só pode ser possível num espírito questionador, que ousa olhar para dentro de si e encontrar ali, a verdade. Mas esta conquista exige uma firme decisão de confrontar todos os conhecimentos e valores que lhe foram impostos.
Isto, naturalmente, poderá levar a divergências de opinião com o restante do mundo, o que nem todos têm a coragem de encarar. Quando se fala em pagar o preço pela liberdade de ser você mesmo, significa que muitas vezes será necessário aceitar o afastamento daqueles que não comungarem da sua verdade.
Ainda que isto aconteça, nada pode ser mais valioso do que viver em total sintonia com o seu coração e com os valores que lhe são caros, deixando de lado a preocupação em ser aceito pelos outros, para, acima de tudo, viver em paz consigo mesmo.
"...Se você puder colocar de lado o montanhoso peso do passado, se você puder começar a viver como se você fosse o primeiro homem, somente então haverá uma possibilidade de que você venha a conhecer o que é religiosidade, o que é liberdade, o que é alegria.
...O criador não pode seguir o caminho já bem trilhado pelos outros. Ele tem que procurar pelo seu próprio caminho, ele tem que investigar nas selvas da vida, ele tem que ir só. Ele tem que ser um alguém que abandona a mente da multidão, a psicologia coletiva.
A mente coletiva é a mais baixa mente no mundo... Mas a coletividade tem seus próprios subornos: ela respeita as pessoas,ela reverencia pessoas, desde que ela continue insistindo em que o caminho da mente coletiva é o único caminho certo.
A vida é eterna alegria. Mas para conhecer essa eterna alegria, você tem que vir com o coração aberto, com as mãos abertas. Não aborde a vida com seus punhos fechados, apertados. Abra suas mãos. Vá para a vida com imensa inocência".- Osho