Quando o amor vos fizer sinal
Atualizado dia 6/23/2016 3:11:17 PM em Almas Gêmeaspor Adriana Garibaldi
O caminho do amor é surpreendente e profundo, como se adentrássemos num território do qual dificilmente sairemos sem antes nos termos transformado de alguma maneira. Muitas vezes fica doloroso seguirmos o coração porque o amor é também uma forma de sofrimento; a impermanência, comum a todas as realidades da vida, confere-lhe essa marca de dor.
Saber que tudo passará um dia, as alegrias, os vínculos de afeto, as doces emoções de amar, deixa-nos tristes, por serem elas que nos dão a sensação de estarmos vivos, de sentir no pulsar de emoções.
Todos buscamos um amor eterno, mas sabemos que, durante a vida, somente a essência do amor é eterna e nunca a experiência de amar.
A experiência muda de forma, move-se, agita-se numa ou outra direção na busca de um novo alimento onde se sustentar, regenerar-se. É como se atravessássemos oceanos imensos sempre ao encalço de um novo porto, carregando conosco a dor e a saudade da antiga morada que nos aquecia o coração. A dor de termos pertencido a um lugar de aconchego, que já não existe, confere ao amor uma espécie de doçura e de amargor ao mesmo tempo. No entanto, mesmo que a experiência sempre seja passageira, a transcendência, a essência do amor ficará em nós, reverberando em nosso íntimo em forma de saudade revestida de nova aparência que nos modifica, deixando-nos sensíveis e vulneráveis às energias mais sutis.
Quando a experiência passar por nós, ela será qual rajada de vento, levando tudo embora, até aquilo que não desejaríamos que fosse levado, o próprio objeto de nosso querer, e assim, quando o amor se tornar somente uma lembrança, então, a nossa alma nos obrigará a cultivarmos no coração o desejo de tentarmos mais uma vez.
Sofremos por termos perdido um amor ou por temermos perdê-lo, simplesmente porque as pessoas muitas vezes se tornam muito importantes nas nossas vidas. Sem dúvida, a procura da afetividade é uma busca constante em todos os seres, mesmo sabendo que o encontro do amor guarda em si uma finalização futura.
Para os humanos e até para o reino animal, a procura por vínculos de afeto é permanente. Poucos podem se sentir satisfeitos vivendo sozinhos, isolados, sem terem vivenciado o amor. O compartilhamento afetivo faz parte da nossa natureza, um ensejo comum em todos os seres. Seja qual for o amor que desejamos para nós, ele sempre valerá a pena, porque a essência do amor que existe em nós busca sempre se expressar por médio do contato, do convívio afetuoso, do brilho que emana a partir de um outro ser .
Quando o amor vos fazer sinal, segui-o, diz Kalil Gibran, porque mesmo que a experiência possa ser dolorosa ou passageira, mesmo que ela guarde uma espada afiada embaixo da sua plumagem, o amor é eterno e ficará sempre conosco, como uma nova forma de ser que nos traspassa e nos transforma a cada dia, modificando nossos paradigmas em cada nova vivência de amar.
Um vai e vem, entre o júbilo e o declínio, e dele ao júbilo de novo, na magia de nos perder nessa experiência, movendo-nos por entre os labirintos dourados do eterno amor que vibra dentro da nossas almas.
Texto revisado
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